quarta-feira, 6 de janeiro de 2010

Encontrados cinco novos planetas



Telescópio espacial Kepler encontrou seus primeiros sistemas planetários

2010-01-05
Por Bárbara Gouveia


Imagem de um planeta semelhante a Júpiter (Cortesia NASA)
Imagem de um planeta semelhante a Júpiter (Cortesia NASA)
Enviado para o espaço a 6 de Março de 2009, o telescópio espacial norte-americano Kepler descobriu cinco novos planetas fora do sistema solar.

São conhecidos como hot Jupiters, pelas suas grandes dimensões e temperaturas extremas. Com tamanhos que variam entre uma dimensão semelhante a Neptuno e uma maior Júpiter, estima-se que a temperatura possa ir dos 1200 aos 1648 graus Célsius. Está assim excluída a hipótese de vida nestes exoplanetes com designações de Kepler 4b a Kepler 8b


Na opinião de Nuno Santos, investigador do Centro de Astrofísica da Universidade do Porto (CAUP), mais interessante do que a descoberta dos cinco planetas é a prova que “o Kepler está a dar frutos”.

Desde 1995 já foram descobertos, com outros telescópios, 415 planetas fora do sistema solar. Grande parte destes tem dimensões próximas de Júpiter mas uma densidade menor. São planetas inchados “não se sabe bem porquê mas são grandes em tamanho mas não em massa”, acrescenta o astrofísico do CAUP que acredita que “o Kepler vai trazer-nos algumas dezenas ou centenas de novos planetas”.

Esta missão, que decorre no mínimo até Novembro de 2012, pode contribuir para “compreender melhor como se formam e evoluem os sistemas planetários”, garante William Borucki, do centro de investigações Ames da NASA e responsável principal pela equipa científica do Kepler.

William Borucki, investigador principal (NASA)
William Borucki, investigador principal (NASA)
Segundo elucida Nuno Santos, com esta missão “vamos saber a massa e o raio dos planetas, o que nos permite calcular a densidade e conhecer melhor a sua estrutura interna”.

Brilho das estrelas

Graças a um fotómetro que permite medir as intensidades luminosas, o Kepler mede o brilho de mais de 150 mil estrelas de uma forma contínua e simultânea. Assim, este método detecta um planeta assim que este passe em frente a estrela.

A quantidade da intensidade de luz que diminui sempre que o planeta orbita em frente à estrela, permite calcular o raio desse planeta. Contudo, a massa é detectada em outras observações complementares a partir da Terra.

Jon Morse, director da divisão de Astrofísica da NASA, acredita que não faltará muito para o telescópio encontrar planetas mais pequenos com órbitas mais longas, “aproximando- se da descoberta do primeiro planeta análogo à Terra”.

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